quinta-feira, 28 de novembro de 2013

LINGUAGEM DO SEXO.

Quando suas mãos me tocavam, eu tinha a sensação que meu corpo era para ele como aquele caminho que a gente conhece de cor, prevê cada curva, capaz de refazer até de olhos fechados. Quem já viveu pelo menos um pouco sabe o quanto é difícil experimentar a sincronia perfeita no sexo.
Há anos quebro minha cabeça na busca por esse Santo Graal, tentando descobrir o que, afinal, transforma uma simples trepada em um momento de êxtase memorável.
Os melhores sexos da minha vida se converteram em imagens cinematográficas no meu cérebro que não se apagam nunca. Por mais que eu tente estabelecer uma linha de similaridade entre os protagonistas dessas cenas, na ânsia de encontrar um padrão replicável, não é simples chegar a uma conclusão lógica. O homem de poucas palavras não tem nada em comum com o moleque da mochila verde.
Uma cena do filme Um sonho de amor, com a atriz Tilda Swinton, me ajudou a pensar um pouco mais sobre esse fenômeno, que acontece com tanta raridade na vida. Nesse trecho que me chamou atenção, são os corpos de dois amantes que ficam em evidência na tela, em closes que alternam a pele nua e crua com elementos da natureza.
Não há espaço para a fala.Por mais que o diálogo possa ajudar em alguns momentos, a linguagem do sexo vai muito além de qualquer palavra. Nessa hora, é como se os corpos tivessem um código próprio, uma forma de comunicação primitiva que às vezes funciona deliciosamente bem e às vezes não passa de ruído.
Tudo depende de como cada um dos corpos envolvidos age nesse conjunto único que se forma em torno do prazer e do instante propício a essa conexão sublime.    

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